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Ver Versão Completa : Debate: Será que os Bateristas ditos 'Prós' sabem tanto como pensamos? O que acham?


João Almeida
Seg, 11 de Agosto de 2008, 11:02
Boas minha gente ;) Não sei se o Off-topic é o sitio mais correcto para colocar isto, mas se não for sei que alguém me tratará do caso...

A questão que vos coloco tem me vindo à cabeça muitas vezes por causa das ultimas discussões do nosso forum, como por exemplo se a formação musical interessa aos bateristas, etc..

Bem, cá vai: Será que todos os bateristas de topo (alguns auto-didactas) têm assim tanta formação musical e percebem assim tanto de musica?
Será que são eles que na altura da legalização de um tema, escrevem todos os ritmos na pauta?
Para se ser baterista de topo, tem de se ser assim tão completo musicalmente, e saber-se perfeitamente escrever qualquer ritmo que se toque?
Um baterista de topo não tem quais quer falhas na escrita de um dos seus ritmos, ou todas as pautas passam por alguem mais "entendido"?

Bem, contem-me que não sei bem :icon_confused:

Campos
Seg, 11 de Agosto de 2008, 11:35
Penso que um baterista de topo (não querendo desvalorizar membros do forúm) não escreve os ritmos depois de os fazer. Um baterista de topo memoriza todos os breaks, todos os ritmos de qualquer musica. A não ser que essas musicas sejam para ser gravadas por outros bateristas em estudio.

Mas isto é a minha opinão :icon_smile:

Batecas
Seg, 11 de Agosto de 2008, 12:49
Este é assunto ambiguo, que vai ter de certeza diversas opiniões.

Acima de tudo é importante fazermos já uma distinção entre o que nós achamos que um baterista profissional deve saber e o que na verdade sabem.

Como qualquer um de nós, todos os bateristas profissionais têm diferenças no seu perfil "académico". Vou-vos dar três exemplos que para mim sempre foram de referência:

Chad Smith
Tem um groove impressionante, é óptimo a manter um ritmo no tempo e tem um gosto impecável na música que toca. É um tipo tecnicista? Não. É um tipo teórico? Não. Faz ideia de como escrever as pautas do que toca? Não. É profissional e cumpre todos os objectivos a que se vê obrigado? Sim.

Dennis Chambers
Nem sequer vou começar a falar do Dennis, pois toda a gente sabe o talento inato deste senhor. No entanto não sabe nem nunca soube ler uma pauta. Sempre foi bom e sempre o ha-de ser. É um tipo tecnicista? É. É um tipo teórico? É. Faz ideia de como escrever as pautas do que toca? Não. É profissional e cumpre todos os objectivos a que se vê obrigado? Sim.

Dave Weckl
O senhor entre os senhores. Para uns o melhor do mundo, para outros uma grande referência (no mínimo). Tem um estilo irrepriensível e acima de tudo (para quem já viu algum video educacional dele) não tem medo de dizer que ainda está a evoluir e a aprender. Humilde e talentoso, a combinação perfeita. É um tipo tecnicista? É. É um tipo teórico? É. Faz ideia de como escrever as pautas do que toca? Sim. É profissional e cumpre todos os objectivos a que se vê obrigado? Sim.

Como vêem, temos aqui 3 perfis diferentes com uma coisa em comum: todos são profissionais no que fazem!

No caso particular do Chad Smith, temos um baterista de topo gerado por uma banda de topo. Será sempre reconhecido enquanto o baterista do RHCP e nunca como músico, mas isto não faz dele menos merecedor de respeito.

Quanto ao Dennis Chambers e ao Dave Weckl, são músicos mais completos, fluentes em várias linguagens musicais e que já tocaram com meio mundo.

Concluíndo: o importante é dar o máximo, ser o melhor músico possível e, acima de tudo, estar à altura dos objectivos. Só estes resistem à prova do tempo, estes são os verdadeiros profissionais. A única coisa mais importante que o conhecimento técnico e teórico é o talento!



Abraços!

João Almeida
Seg, 11 de Agosto de 2008, 12:56
Este é assunto ambiguo, que vai ter de certeza diversas opiniões.

Acima de tudo é importante fazermos já uma distinção entre o que nós achamos que um baterista profissional deve saber e o que na verdade sabem.

Como qualquer um de nós, todos os bateristas profissionais têm diferenças no seu perfil "académico". Vou-vos dar três exemplos que para mim sempre foram de referência:

Chad Smith
Tem um groove impressionante, é óptimo a manter um ritmo no tempo e tem um gosto impecável na música que toca. É um tipo tecnicista? Não. É um tipo teórico? Não. Faz ideia de como escrever as pautas do que toca? Não. É profissional e cumpre todos os objectivos a que se vê obrigado? Sim.

Dennis Chambers
Nem sequer vou começar a falar do Dennis, pois toda a gente sabe o talento inato deste senhor. No entanto não sabe nem nunca soube ler uma pauta. Sempre foi bom e sempre o ha-de ser. É um tipo tecnicista? É. É um tipo teórico? É. Faz ideia de como escrever as pautas do que toca? Não. É profissional e cumpre todos os objectivos a que se vê obrigado? Sim.

Dave Weckl
O senhor entre os senhores. Para uns o melhor do mundo, para outros uma grande referência (no mínimo). Tem um estilo irrepriensível e acima de tudo (para quem já viu algum video educacional dele) não tem medo de dizer que ainda está a evoluir e a aprender. Humilde e talentoso, a combinação perfeita. É um tipo tecnicista? É. É um tipo teórico? É. Faz ideia de como escrever as pautas do que toca? Sim. É profissional e cumpre todos os objectivos a que se vê obrigado? Sim.

Como vêem, temos aqui 3 perfis diferentes com uma coisa em comum: todos são profissionais no que fazem!

No caso particular do Chad Smith, temos um baterista de topo gerado por uma banda de topo. Será sempre reconhecido enquanto o baterista do RHCP e nunca como músico, mas isto não faz dele menos merecedor de respeito.

Quanto ao Dennis Chambers e ao Dave Weckl, são músicos mais completos, fluentes em várias linguagens musicais e que já tocaram com meio mundo.

Concluíndo: o importante é dar o máximo, ser o melhor músico possível e, acima de tudo, estar à altura dos objectivos. Só estes resistem à prova do tempo, estes são os verdadeiros profissionais. A única coisa mais importante que o conhecimento técnico e teórico é o talento!



Abraços!

Mas é precisamente comentários como o teu que eu esperava batecas!!! :)

Porque penso exactamente como tu! Dos exemplos excelentes que apresentas-te, um deles é o motivo de eu ter aberto este topico, o grande Chad Smith.

É que são coisas que acho fenomenais...é como se nascessem com o groove.

É mais opiniões como a tua, divergentes ou não, que eu procuro! Continuem que estou a gostar de ver ;)

Acho que este meu post ficava bem com o do Over, que debate a importância da formação musical ;)

abraços

ThunderDrum
Seg, 11 de Agosto de 2008, 13:07
Duvido q o bateristas "pro" escrevam nas pautas por três razoes:
-Não sabem
-Não estão p isso, pq é uma seca e se eles sabem de cor n é preciso mais
-Não ha necessidade de escrever os ritmos p registar musicas, basta gravaçao, se n me engano

Eu tenho aprendido algo agora q estou a programar a bateria em midi no guitar pro, e é bastante atrofiante ler ritmos nas pautas, pelo menos p mim...

Uma curiosidade, se n estou enganado, o GRANDE Chad Smith grava SEM metronomo...notam falhas?

Miguel Martinho
Seg, 11 de Agosto de 2008, 13:33
Por contacto directo ou por ideias transmitidas por terceiros que tiveram contacto com alguns profissionais, penso que há aqui 2 vertentes importantes e entre eles sabem distingui-las e não dão mais ou menos importância a quem sabe ou não escrever uma pauta.

Se o baterista profissionais em causa for um "mestre" no sentido de professor, de fazer workshops didáticas a nível teórico, se for um profissionais freelancer, este baterista por norma sabe ler pautas (ao ler, sabe escrever também). Como tudo nas artes, nada é obrigatório e há quem se safe muito bem sem saber ler pautas (o tal caso do Chambers).
Mas actualmente, e como o mercado está cada vez mais competitivo, se um baterista pretende ser freelancer é melhor que aprenda a ler e bem pautas.

Os bateristas profissionais que tocam essencialmente nas suas bandas de originais, ler ou não ler pautas é muito secundário. Pode ser útil para escreverem ideias que vão tendo para a música x ou y, mas como todos sabemos é bem possível tomar notas de ideias sem ser numa pauta de bateria e ser bem escrita.

Batecas
Seg, 11 de Agosto de 2008, 13:58
...Mas actualmente, e como o mercado está cada vez mais competitivo, se um baterista pretende ser freelancer é melhor que aprenda a ler e bem pautas.

Os bateristas profissionais que tocam essencialmente nas suas bandas de originais, ler ou não ler pautas é muito secundário. Pode ser útil para escreverem ideias que vão tendo para a música x ou y, mas como todos sabemos é bem possível tomar notas de ideias sem ser numa pauta de bateria e ser bem escrita.

Exactamente!
Ser profissional não é apenas tocar na banda do momento, que pode durar apenas 6 meses graças a um hit de verão. A grande questão está na continuidade, e embora grande parte dos trabalho não exijam a leitura ou escrita de pautas, são os que exigem que fazem a diferença.
Estar preparado para tudo é uma qualidade de extremo profissionalismo.

Apenas uma nota: com a explosão que se tem vindo a notar no mundo das baterias digitais, triggers, softwares de bateria por MIDI, etc, é hoje facílimo "escrever" uma pauta da peça que acabámos de criar. Qualquer um, sem conhecimentos teóricos, pode tocar a mesma peça numa bateria digital e, através do MIDI, escrever essa peça directamente numa pauta digital (praticamente todos os softwares com suporte MIDI oferecem a opção de visualizar a gravação em modo pauta)

pgv2007
Seg, 11 de Agosto de 2008, 14:57
É assim, na minha opinião um baterista não se pode definir como se sabe muito de teoria ou pouco. Penso que um baterista deve apresentar critérios essenciais e a improvisação passa por isso. Não basta só ler e interpretar uma pauta, mas também é necessário ser se o criador dessa pauta. Como foi referido, um dos meus bateristas de eleição, Dennis Chambers, não sabe ler pautas. e no entanto é um 'monstro' da musica.

Agora, é logico que os bateristas pros ficam com um elemento que lhes dá a "permissão" de saber mais do que nós pensamos: a experiência. Com a experiência muita coisa se resolve. Mas como é lógico, um baterista Pró não chega a Pró não só pela oportunidade, mas sim pelo talento.

Abraços:icon_smile:

Miguel Martinho
Seg, 11 de Agosto de 2008, 19:23
Não sei se sabem, mas actualmente em muitos casos as audições feitas para músicos contratados para acompanhar um artista de topo é feito de uma forma simples e directa.
Vi uma entrevista feita ao Omar Hakim num DVD em que ele dizia que a grande parte das audições a que ia era muito comum entregarem uma pauta ao baterista e este sentava-se e tocava-a directamente, sem ensaios prévios.

É cada vez mais comum as audições para certos espectáculos serem feitos com audições através da leitura de pauta e tocar ali no momento.
Este método de audição já era usado muito para os outros instrumentos, tipo baixo, guitarra, piano, etc., mas pelos vistos esta´a ficar cada vez mais comum ser usado também para bateristas.
Tal como já referi, o mercado de músicos freelancer profissionais e capazes, está cada vez mais competitivo.
É cada vez mais normal aparecerem novos músicos e desconhecidos (ou muito pouco conhecidos), a acompanhar os grandes nomes da música e a mostrarem grandes capacidades técnicas e musicais.

Reforço mais uma vez que estou a referir-me essencialmente a bateristas freelancer profissionais.