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Miguel Martinho Dom, 8 de Julho de 2007 17:52

[Entrevista] HUGO DANIN - Entrevista exclusiva de Julho 2007
 
Cá está a entrevista exclusiva para o BateristasPT do mês de Julho.
Este mês o escolhido foi o Hugo Danin e teve uma conversa com os membros do forum Sadrums e Xano (obrigado aos dois).
Esta entrevista vem numa boa altura porque ainda está na memória o bom workshop que o Hugo deu no Encontro de Bateristas 2007 que se realizou recentemente na Figueira de Foz.

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Olá Hugo, boa noite e antes de mais obrigado por disponibilizares algum do teu tempo para esta entrevista que será concerteza do agrado dos utilizadores do Fórum Bateristaspt e com a qual vamos conseguir apreender algumas coisas importantes sobre a bateria e, principalmente, sobre ti.


1.Pelo que sei começaste a tocar muito novo. Mais propriamente com que idade e porquê a bateria?
O porquê ainda hoje não sei (risos) mas comecei a tocar quando tinha 13 anos. O meu pai tinha sido baterista também durante 20 anos daí que à partida havia já ali qualquer coisa destinada (risos). Nessa altura (13 anos) comecei a dizer que queria aprender e o meu pai no início desconfiou muito porque eu já me tinha metido em muitas coisas antes e desistia sempre (risos) mas a bateria acabou por ficar e devo muito disso ao meu pai como é evidente.

2.Na sequência da pergunta anterior, sei que começaste a tocar sozinho mas depois tiveste formação musical específica. Qual?
Estive 2 anos sozinho e depois inscrevi-me no Conservatório de Música em Espanha onde estive 8/9 anos a estudar tudo (desde a parte mais clássica até à parte mais moderna, formação musical, prática de instrumentos, aquelas disciplinas todas....) e depois fui para Nova Iorque onde estudei na Drummers Collective e fiz lá um curso intensivo mesmo para me especializar na área.

3.Nessa altura obviamente terias os teus ídolos (hoje em dia ainda os terás como bateristas de referência). Quais são?
Muitos e variados. Sei lá....eu ouvi muito baterista na altura: Dennis Chambers, Weckl, Collaiuta, Simon Phillips, Tony Williams, Elvin Jones, Jack Dejohnette ouvi muito Buddy Rich....aliás o Buddy Rich acho que é para mim a grande influência, considero que no que concerne ao desenvolvimento deste instrumento o Buddy Rich é o grande impulsionador de toda uma transformação técnica e musical que este instrumento sofreu. acho que ouvi de tudo e tentei absorver e retirar o máximo possível de cada um deles e acho que hoje em dia, com a quantidade de grandes bateristas que continuam a sair, acho difícil escolher um grupo específico, as minhas influências são variadíssimas e tento que sejam o mais ecléticas possíveis.


4.Na altura em que iniciaste o estudo da bateria quais foram os métodos/livros/vídeos que tu estudaste ou ainda estudas actualmente e que por isso recomendas para se conseguir um estudo, digamos, contínuo e coerente. Pralém do teu livro, obviamente (risos).
Eu acho que nos livros e na informação que os livros contêm é fundamental que as pessoas consigam ver nesses livros ou dvds alguma coisa que lhes interesse e desperte a atenção. Acho muito difícil dizer que este livro é melhor que aquele. Mas há livros de referência como é evidente: os livros do Jim Chapin, Gary Chaffee, Gary Chester, David Garibaldi, etc, que são pessoas pioneiras e muito fortes naquilo que fizeram e foram quase os impulsionadores de todas esta máquina de produção bibliográfica que agora existe, não em Portugal infelizmente, mas principalmente nos EUA à volta daquilo que é o desenvolvimento de métodos de ensino.
Agora, escolher um especificamente e pensar que é suficientemente completo para a nossa formação, isso não consigo.
A capacidade de desenvolvimento criativo, teórico e musical que queremos ter advém sempre da vontade pessoal de alargar o mais possível a nossa biblioteca de informação.


5.Qual é o teu conselho para bateristas iniciantes neste mundo? E não só, claro.
Acima de tudo que se preocupem em tentar desenvolver este instrumento e de uma forma o mais séria possível. A informação está aí e ao alcance de toda a gente...toda a gente pode ser um belíssimo baterista. Estudem, apliquem-se e acima de tudo amem o instrumento que têm à frente porque é fundamental que haja essa relação. Qualquer instrumento e principalmente a bateria tem de ser uma extensão de nós próprios quer sentimentalmente, fisicamente ou mesmo psicologicamente...e nós temos de reflectir neste instrumento essa vontade e necessidade de extrapolar o que são as nossas ideias. Nunca esquecer que no momento em que se sentam por de traz deste instrumento deixa de haver comunicação verbal e passamos a comunicar através de uma linguagem muito específica e que deverá ser na medida do possível a mais sincera e objectiva possível.

6.Por norma que se inicia no mundo bateria fá-lo por “conta própria” mas achas fundamental que as pessoas tenham aulas com professor particular para conseguirem evoluir tecnicamente?
Fundamentalmente é necessário que as pessoas estudem. Mas se puderem ter um acompanhamento pedagógico que os possa direccionar no estudo e possa de certa forma ser portador de um método rigoroso e organizado é sempre uma mais valia. É sempre um olhar externo, é sempre um olhar de alguém que, ser for competente, fará um bom trabalho de acordo com o que são as nossas vontades e necessidades, mas reforço que é fundamental que as pessoas queiram mesmo é estudar e de preferência com um professor, como é evidente.

7.Ao longo da tua carreira, enquanto baterista free-lancer, já tocaste em variadíssimos projectos Qual foi aquele que mais te marcou e fez crescer enquanto músico?
É outra das questões que é sempre difícil responder. De facto foram já muitos os projectos em que participei e acho que consegui sempre retirar muita informação e muito conhecimento de todos. Eu acho que não seria correcto da minha parte particularizar os projectos onde tive o prazer de estar. Todos eles de uma forma ou de outra acabaram sempre por ter um impacto mais ou menos forte na minha formação como músico.
Eu aprendi muito com GNR quando gravei o álbum, tenho aprendido imenso com André Indiana (que estou com ele há 7 anos), eu aprendi muito também com Manuel Beleza com quem estive 3 anos na estrada. Aprendo também com os D.E.P. que é um projecto (trio) que eu tenho mais pessoal. Não vou conseguir nunca dizer “olha” foi com este que eu aprendi mais” e graças a deus que assim é, espero que continue assim, significa que estou e estarei sempre disponível para aprender cada vez mais.

8.Quais os projectos em que participas actualmente com maior frequência?
André Indiana, D.E.P., gravei agora um disco para o projecto “Só Vicente” que é com o líder dos Fadomorse, gravei também alguns temas do novo disco do Manuel Cruz a solo (que sairá daqui por pouco tempo) e vou participando em diversos outros pois como sabes sou free-lancer.

9.Bateria Acústica ou Digital?
Ahhhhh....digital nunca.... (risos), não quero que as pessoas que tocam bateria digital me interpretem mal mas eu vejo a digital como um complemento. Aliás já tive bateria electrónica, já trabalhei com elas mas vi-as sempre como um complemento e não como o instrumento principal. Mas acho que o complemento digital numa acústica é fundamental e hoje em dia cada vez mais. Mas como opção natural sem dúvida alguma que me identifico a 100% com a bateria acústica.

10.Concertêza que os kits que tens se adequam ao teu estilo e como tal acabam por ser os teus kits de sonho. Mas existe algum kit que tu gostasses de ter?
Repara, não é “vontade de ter o kit de sonho” mas se tivesse muito dinheiro comprava um kit que vi em Nova Iorque (e até tirei uma fotografia ao lado (risos)) que foi a bateria, durante muitos anos, do Buddy Rich, mas comprava como peça de museu e ter lá no canto de casa sem nunca lhe mexer, mas para nunca lhe tocar. Agora kit de sonho para tocar não tenho....

11.Para cada estilo musical que tocas tens, obviamente, um determinado set mas se tivesses de escolher apenas um que por ser o mais versátil te permitisse expressar a tua música quais seriam as medidas que optarias?
Olha, eu tenho 5 baterias diferentes que escolhi e são usadas para determinadas situações mas se fosse escolher aquele set em que realmente possa “estar em todo o lado” é um bombo de 20”, timbalões de 10”, 12” e 14” e tarola de 14” (e eventualmente uma tarola auxiliar de 12”) e claro uma série de pratos.

12.És endorser de algumas marcas. Quais e como surgiram esses contactos?
Sou endorser oficial da Gretsch, Sabian, Evans, Gibraltar, Toca Percussions e até à data da Vic Firth (mas que vai desaparecer e vou ficar com outra marca). Os contactos apareceram porque essas pessoas me viram tocar e tiveram curiosidade em falar comigo e perguntaram-me se eu tinha vontade de tocar com essas marcas e fazer trabalhos com elas eu disse que sim e a partir daí criou-se uma ligação muito forte que dura há já 5/6 anos.





13.Falando agora do teu livro, qual foi o teu objectivo ao querer escrever um livro dedicado à bateria?
Acima de tudo o livro é uma visão muito pessoal daquilo que é a bateria para mim...como é que se deve estudar, tocar e aplicar determinados exercícios...é a minha vontade, enquanto professor, de colocar em papel, os métodos que eu tenho diariamente com os meus alunos e que fui aperfeiçoando e testando ao longo destes anos. É uma tentativa de proporcionar, neste caso, à comunidade de bateristas deste país, em primeiro lugar um método que os ajude e que o factor que antes servia de desculpa que é a língua em que os livros estão escritos passe a não existir e que possa ser mais pessoal e próximo. Mas é acima de tudo a minha visão pessoal sobre como desenvolver algumas ideias sobre este instrumento.

14.Para quando o DVD de acompanhamento do livro?
(risos) Já devia ter saído mas não saiu porque não quero que a maioria do pessoal faça aquilo que andou a fazer durante muito tempo e que é “copiar em vez de perceber” portanto sai o livro para as pessoas perceberem o que está lá escrito e depois sairá evidentemente o DVD e espero e conto que seja até ao final do ano.

15.Quais vão ser os teus próximos workshops de apresentação do livro que é para a malta poder assistir?
Á uma lista imensa e simpática de workshops pelo país: eu vou a Aveiro, Viseu, Coimbra, Bragança, Santarém, Lisboa, Algarve, inclusivamente a Espanha mas ainda não tenho datas exactas por isso não posso adiantar ainda nada mas assim que se saiba essa informação vai ser passado aqui para o fórum

16.Como músico profissional a maioria do teu tempo é ocupada com a música mas sei que tem outras actividades.
Sim também tenho formação em Produção e Tecnologia da Música e faço também outro tipo de trabalhos como realização de ensaios acústicos pois tenho também uma empresa com o meu sogro, sou produtor musical e produtor de eventos relacionados com a música...mas são actividades colocadas em 2.º plano sempre....

17.Para terminar, gostava que deixasses umas palavras dedicadas aos membros do fórum
Em primeiro lugar acho o fórum fantástico e acho o site muito bom, espero sinceramente que passem das palavras ao actos e gostava de ver daqui por algum tempo, e espero que não seja muito, alguns dos conceitos que tenho visto por lá escritos, cá fora com as pessoas a tocar e a gostarem daquilo que fazem e principalmente a amar a bateria. Continuem porque é muito importante que esta comunidade se desenvolva e evolua da melhor forma.


Em nosso nome e em nome de todos os membros da comunidade, muito obrigado pela entrevista!


BY SADRUMS E XANO

Grolubao Dom, 8 de Julho de 2007 17:59

Ora aí está uma boa entrevista! Parabéns, e obrigado por nos disponibilizarem estas entrevistas exclusivas!!!!

Apenas um typo, é gary chaffee e não gary shaffee. Fica a correcção.

_TASSE_ Dom, 8 de Julho de 2007 18:00

muito boa a entrevista e obrigado aqueles que a fizeram!!

ja agora, permitam-me que adicione alguma informaçao extra proveniente do site da GRETSCH




Vis

it Hugo on Myspace
Hugo Danin
Born in 1977 in a family with a musical tradition and influenced by his father, Hugo was attracted by drumming and percussion from an early age. At 15, he began studying percussion in the Mayeusis School (Vigo, Spain) guided by his teacher, Marcus Valcárcel. Later he studied with Salvador Niebla in Spain.

In 1998 he attended the Drummers Collective in New York, where he studied with Kim Planfield, Michael Lauren, Chris Lacinak, Bobby Sanabria, Mark Walker, Ian Froman, Memo Acevedo, Fred Klatz, Frank Katz, Lincoln Goines, Jim Paine, Cliff Korman, Bob Quaranta, Sandy Genaro, Mike Clark and many more.

In 2001 he founded the Atelier de Percussão Hugo Danin (a school and workshop/creative center), where he developed his own projects and others, in cooperation with other musicians and artists.

In 2002 he went back to the Drummers Collective in New York to study with Guy Lacatta and Frank Katz to develop his Drum´n Bass and Jungle style. Currently Hugo works as a Freelancer, teaching drums and percussion. He also performs with bands including:
- G.N.R.
- André Indiana
- D.E.P.
- Manuel Beleza trio
- J. Davis quartet
- Cooking Jungle

In addition, he manages workshops in music schools and institutes all over Portugal, spreading information and tips about drumming and percussion.


Miguel Martinho Dom, 8 de Julho de 2007 18:09

Citação:

Mensagem Original de Grolubao
Ora aí está uma boa entrevista! Parabéns, e obrigado por nos disponibilizarem estas entrevistas exclusivas!!!!

Apenas um typo, é gary chaffee e não gary shaffee. Fica a correcção.

Obrigado pela correcção. Já corrigi.

Snooze Dom, 8 de Julho de 2007 18:18

Boa entrevista. Gostava era de saber quando é que ele passa por Viseu.

Ná pá de informação no google. :(

Keep the good work!

Leodreammer Dom, 8 de Julho de 2007 18:40

Exelente trabalho,n podia tar melhor!
concordo com aquilo que o Hugo danin disse em relação ao set(medidas) todo terreno + versateis embora alterasse o bombo para 22!:)
Obrigado Sadrums e Xano!
abraço

xano Dom, 8 de Julho de 2007 20:43

Este fórum merece tudo!! :)

Abraços!

ps - foi através deste fórum que fiquei a conhecer o Danin e foi pela mão do Sadrums que tive a oportunidade de estar a ter aulas com ele!

sadrums Dom, 8 de Julho de 2007 22:03

Citação:

Mensagem Original de xano
Este fórum merece tudo!! :)

hehe...pois claro que sim

tb concordo que a entrevista tá porreira devido, obviamente, às respostas que o Hugo deu...ele é um excelente comunicador e uma pessoa muito inteligente...pralém de ser um baterista de topo claro...os meus parabéns a ele....

nunomiguel Seg, 9 de Julho de 2007 00:36

obrigado pela entervista, agora isto vai demorar um tempito a ler...

Reidadroga Seg, 9 de Julho de 2007 09:05

Grande entrevista.
Os meus parabens. Gostei de ler :D

MANEIRO Seg, 9 de Julho de 2007 14:39

:cheer3: yeahhhh.

nota 10. entrevista e conteudo muito bom...

bom trabalho ,parabéns.

;)

DrumPhilosopher Seg, 9 de Julho de 2007 17:10

5*
:icon_drummer:

Grolubao Seg, 9 de Julho de 2007 17:49

Obrigado ao Sadrums e ao Xano pela entrevista!

Jorge Cardoso Sex, 13 de Julho de 2007 13:13

Numa escala de zero a vinte, dou vinte e um! Excelente entrevista, Xano e Sadrums! Obrigadão aos dois e claro está ao Hugo Danin, excelente pessoa, comunicador e baterista! Abraços:cheer3:

np_gorminus Sex, 13 de Julho de 2007 15:03

Gostei de ler a entrevista, bom trabalho, Xano e Sadrums.

Cumprimentations

wizdrum Sex, 13 de Julho de 2007 15:25

Obrigado por esta grande entrevista! fixe fixe era o Danin dar aqui umas dicas no fórum ;D

Relativamente ás acusticas vs digitais:

Eu não tenho outra hipótese para ter em casa que não uma digital, é porreiro por causa dos kits e tal e não faz muito barulho.. mas a verdade é que ando a semana toda a pensar quando é que vou ao estudio para sentir as peles e o som de uma bateria a sério ;D

Hugo Teixeira Qua, 18 de Julho de 2007 14:38

Muito bom!!!
Continuem o bom trabalho!!!


Abração:cheer2:

Eder Qua, 18 de Julho de 2007 19:36

IMPACABEL *****
onde andam os tipos das gazelas páh?

Abraço ao ppl, obrigado aos entrevistadores e parabéns ao Danin.

:cheer2: :cheer2: :cheer2: :cheer2: :cheer2:

bada Qua, 18 de Julho de 2007 19:50

Que tipos das Gazelas???
Deve ser o tony e afins.


Boa entrevista, se bem que para mim nao é novidade nenhuma este discurso :)

Snooze Qua, 18 de Julho de 2007 23:58

Já mandei vir o livro.. :D

Marcos Garcia Sex, 10 de Agosto de 2007 11:40

Oi,

eu gosto muito do teu livro de "Criatividade Rítmica" é um gran livro. se quereis estudar com Salvdor Niebla (professor de Hugo), enviad um email a affiliates@virtualdrummerschool.com ou ligar ao 0034 93 453 90 99


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