BateristasPT.com - A importância de "ver" e "ouvir"

No passado dia 20 fui visitar, pela primeira vez, o International Drum Academy (Alvalade) do Michael Lauren - tipo porreiro, simpático e com grande sentido prático.
O workshop era do Vicky Marques. Excelente iniciativa ao trazer conceitos de percussão tradicional portuguesa para um panorama mais vasto de bateria moderna.

Saí de lá com um sorriso na cara e o seguinte pensamento:

O baterista é um bicho estranho.
Já estive em bastantes workshops, de vários instrumentos e aplicações, e este foi o primeiro em que vi os bateristas a fazerem "aquecimentos" para um workshop. Achei curioso :)
Ao princípio nem pensei em sentar-me numa bateria, mas por sugestão do Vicky, lá fui.
Confesso que nem me passou pela cabeça levar baquetas, e mesmo que tivesse pensado ia concluir com um "para quê?".
Um workshop de 1/2hrs mal dá para entender os conceitos, quanto mais pôr a malta a treinar aquilo que acaba de ser explicado!

Compreendo a ânsia do pessoal em dar umas cacetadas porque a bateria está ali mesmo à frente, mas é muito mais importante aproveitar estas ocasiões para absorver aquilo que é dito e ver como é feito.
As maiores lições de música que já tive foram retiradas de algumas frases perdidas no meio de discursos deambulatórios.

Num workshop não estou concentrado nem com vontade de "perder tempo" a tocar umas coisitas. Só me apetece é dizer «fala mais, mostra mais, explica mais, vagueia mais» ao musico que está à minha frente.

Quando nos contam 10 anedotas só nos lembramos daquela(s) que achamos mais piada.
Nesta óptica, também ao aprender novos conceitos vamos absorver mais daquilo que nos "toca" e com que nos identificamos.

O meu conselho: vejam videos de bateristas, baixistas, guitarristas, pianistas, vocalistas, desde tutoriais e lições até à demonstração de novos produtos. Ouçam o que se diz, retenham aquilo com que se identificam.
A personalidade do músico não deixa de ser uma «personalidade» na sua essência, e não há nada mais falso do que tentarmos ser aquilo que não somos. Posso treinar técnicas avançadas de samba e ritmos latinos mas não me dá metade do gozo de um simplíssimo TUM PÁ, TUM TUM PÁ rockalhado... mas isso sou eu!

Para finalizar: um grande abraço para o pessoal que esteve no workshop, para o Michael e para o Vicky e, malta do fórum: VÃO A ESTAS INICIATIVAS! Não fiquem em casa a ver a casa dos degredos ou o factor xxx, apoiem para que elas existam.