Boas Dunga
Sem querer ser mal interpretado, vou deixar os meus 2 centimos:
- De um modo muito geral, acho que estás a por a carroça à frente dos bois. Começando pelo essencial gostaria de dar a minha opinião por tópicos.
a bateria:
Sentes-te confortável a tocar com a bateria tal como ela está? a distância da tarola aos timbalões parece-me mal calculada. Isso implica estares mais em cima da bateria e teres os pés se calhar mal posicionados também. Quanto ao banco, parece-me que está demasiado baixo para poderes ter um melhor rendimento.
a performance:
É natural que se gostas e ouves metal, queiras começar a blastar por aí que nem um maluco. Eu fiz isso quando comecei a tocar e se soubesse o que sei hoje, teria feito de outra maneira. Apesar de já ter alguma experiência nestas andanças do death metal e seus amigos, tenho passado mais tempo a praticar e a tentar corrigir erros e vícios que adquiri do que propriamente a experimentar cenas novas. Posso dizer-te que o teu trabalho tanto de mãos como de pés precisa de ser revisto e com alguma atenção. Noto falta de consistência na força com que bates e na precisão dos movimentos. Nos pés, é algo que vais aprender às tuas custas com dores musculares e falta de rendimento, nas mãos se não corrigires podes mesmo vir a criar lesões.
Neste estilo, as dinâmicas variam muito pouco ou quase nada, daí que a baqueta tenha de percorrer sempre o mesmo percurso tanto no rápido como no lento - em teoria. A prática reflecte praticamente o mesmo, embora seja difícil não bater com mais força nas cenas mais lentas. A tua mão esquerda parece que a qualquer momento vai saltar fora e não é pela rapidez, mas sim pela postura.
Quanto ao tempo e pregos, em improviso até se desculpa. Mas se queres realmente aperfeiçoar o teu método, começa pelo mais básico e mais lento e vai subindo a parada quando te sentires consistente e confortável no patamar anterior. Os grandes que andam por aí começaram por baixo de certeza e com muita paciência e dedicação é que são o que são hoje - e contra mim falo. O blast beat requer tempo e dedicação, bem como tudo o resto na bateria. E se começas a querer fazer tudo logo de início, especialmente no metal, muito dificilmente conseguirás evoluir positivamente sem lacunas. Actualmente ando a fazer exercícios a 120 bpms de single strokes com os pés, especialmente no esquerdo que é o mais fraco. Regra geral, toco sempre acima dos 200 bpm.
A minha dica é que não sejas apressado mas sim paciente e o mais perfeccionista possivel. Não digo perderes 8 horas por dia na bateria, mas quando te sentares nela tenta ser metódico e perceber onde falhas e porque é que falhas. Ouvir e praticar outras coisas para além de metal também é um excelente auxílio.
Se queres ter uma ideia de como nos, comuns mortais, conseguem ter uma performance aceitável dentro do extremo, dá uma olhadela nos meus vídeos, especialmente neste que até dá para ver razoavelmente bem:
YouTube - the void of un existence - bateristaspt.com
Espero que tenhas lido isto com espírito aberto e não tomes como um insulto ou algo do género. É só a minha opinião e vale o que vale!
Abraço