[Miguel Martinho]

Eu já era nascido mas não tive a real noção do problema.
Lembro-me perfeitamente que os meus pais passaram dificuldades, lembro-me perfeitamente dos meus pais não me darem o que eu pedia - nunca fui muito de pedir porque sempre fui educado de uma forma honesta, os meus pais conseguiram desde muito cedo transmitir-me a ideia que não tinham dinheiro para certas coisas.

Eu não passei tantas dificuldades como os meus pais passaram quando eram crianças, que aí sim, era muito mau... muita pobreza em Portugal... 1 sardinha para dois e carne nem vê-la (só quem tinha criação de animais em casa).

Realmente os tempos são maus, mas parece-me que as crianças de hoje não vão passar as mesmas dificuldades que passaram as crianças dos anos 70/80, tal como estas não passaram as mesmas dificuldades das crianças dos anos 50/60.

Por outro lado, as dificuldades de hoje são diferentes daquelas de há 20 anos atrás.
Hoje o grande problema (além do desemprego), é o endividamento excessivo da população. Nos anos 80 o problema eram os juros altos e o ordenado miserável dos trabalhadores.

No entanto, hoje há o consumisto materialista, coisa que não havia há 20 anos atrás (muito menos há 50 anos atrás).
Hoje em dia os problemas a enfrentar são diferentes... vamos lá ver como é que as pessoas vão superar o problema de não conseguirem pagar as contas do mês.
Antigamente vivia-se com o que se ganhava, planeava-se o mês com o que se ganhava. Nos dias de hoje vive-se de acordo com o limite do cartão de crédito, com o limite do crédito fácil adquirido nos bancos e na venda de futilides a crédito.


Acerca do Governo. Não sei se alguém daqui está com ideias de votar Sócrates. Não sei, nem quero saber. Mas peço desculpa pela frontalidade:
- Só alguém que vive no mundo do faz de conta do Sócrates é que pode votar nele. Já vários economistas dissera: "Fazer pior que ele, era impossível".
Só alguém que não viva o dia-a-dia da realidade é que consegue colocar uma cruz à frente do Sócrates nas próximas eleições.
Quanto ao Passos Coelho, é a tal coisa, pior que o Sócrates é impossível.