Assunto: Interpretação
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Não lido Dom, 12 de Agosto de 2012   #4
Miguel Martinho
 
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Miguel Martinho é um glorioso foco de luzMiguel Martinho é um glorioso foco de luzMiguel Martinho é um glorioso foco de luzMiguel Martinho é um glorioso foco de luzMiguel Martinho é um glorioso foco de luzMiguel Martinho é um glorioso foco de luzMiguel Martinho é um glorioso foco de luzMiguel Martinho é um glorioso foco de luzMiguel Martinho é um glorioso foco de luzMiguel Martinho é um glorioso foco de luzMiguel Martinho é um glorioso foco de luz
Re: interpretaçao

Sempre gostei de originais e sempre foram o maior desafio para mim por causa disso mesmo, da interpretação.

Quando funcionava em banda sempre tentei perceber o que a música pedia, o que o compositor queria transmitir com aquela musica e como isso tudo encaixava na sonoridade da banda. Acima de tudo, sempre tentei interpretar as musicas com a mesma perspectiva do vocalista. Considero que a interpretação do vocalista é o principal ponto de partida para nós, bateristas, desenharmos a bateria para uma musica, e interpretá-la na mesma base. Com isto evita-se que o vocalista esteja a cantar num registo melancólico e a bateria num ritmo alegre.

Actualmente colaboro de uma forma activa com um compositor canadiano. São temas instrumentais em que ele já tem praticamente tudo feito, com excepção da bateria.
Ora, o desafio é decifrar qual a mensagem dele naquela música, o crescimento da música, o "script" da música, quais as partes fortes e fracas, como encaixar isso tudo de forma a fazer sentido no fim...
Nesta minha colaboração, a minha interpretação é muito importante para o resultado final da musica.

Como faço para chegar à composição final?
Oiço o tema diversas vezes, divido-o por secções, procuro as partes que necessitam de força e as partes mais "sentimentais". Procuro perceber até que ponto as partes progressivas devem ser "fechadas ritmicamente" ou posso deixar fluir, etc.
Não há refrões, nem versus, nem solos, etc, os temas são instrumentais de 6 a 10 minutos com muita variação no meio, mas tem de haver sempre uma parte que realce, e esta parte precisa de ser detectada e bem interpretada.
As músicas prog/sinfónicas normalmente têm de funcionar como uma banda sonora, portanto, tem de ter princípio, meio e fim e tudo tem de fazer sentido, tudo tem de ser interpretado de uma forma ligada para poder contar a minha história na bateria.


Nas covers, não me preocupo com isso... Alguém já fez esse trabalho por mim, apenas tenho de seguir uma base e tocar o que me parece bem no momento.
Lembro-me que quando tocava covers nos bares, em noites com melhor público eu imrpovisava mais, puxava mais por mim e pela bateri. Em noites fracas até me "baldava" a certas coisas. Para mim covers e interpretar covers é coisa do momento. Não penso antes no que posso mudar... Afinal, quem sou eu para corrigir interpretações dos originais?! Eu apenas "invento" por cima do que os outros já fizeram.
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