[Miguel Martinho]

A juntar às palavras do Leonel, que bem referiu que eu já passei por essa fase, acrescento outras ideias que te podem ajudar a ultrapassar essa fase.

Eu fiquei uns tempinhos sem tocar. Optei por me afastar como forma de teste e como forma de esquecer essa ideia que somos maus, que não acertamos uma, etc.
Foi talvez 1 mês em que não pensei sequer em tocar bateria, em ritmos, em ouvir bateria (ouvia música mas tentava não seguir a bateria).
Com o passar do tempo o bichinho e o motivo pelo qual sempre gostei da bateria começou a manifestar-se.
Arranjei depois uma tarde onde só eu pudesse estar sozinho numa sala e uma bateria, sem banda, sem malta a ver... só eu e a bateria.
Sentei-me e toquei... não sei se foi uma grande cena ou não, mas que me soube bem, isso soube. Não pensei no que ia tocar, apenas deixei o ritmo e a vontade sair e toquei.

Posso dizer que depois desta pausa e desta reflexão interna, me tornei melhor baterista, quer tecnicamente, quer musicalmente.
Foi como que se o meu cérebro estivesse a precisar de um "reset" musical.

Hoje não tenho banda porque não quero, mas não deixei de tocar bateria. Toco em casa, gravo para malta estrangeira, colaboro com diversos músicos estrangeiros, recebo convites e proponho-me colaborar.
Escolho o que quero tocar e não tenho obrigações a não ser comigo mesmo.


O que tens mesmo de ver, de analisar e de ponderar é se a bateria é MESMO o teu instrumento, se é mesmo uma coisa que gostas mesmo a sério. Se para ti tocar bateria é algo que te permite expressar ou se é uma coisa que tocas porque achas piada e queres ser como o baterista famoso que gostas.
Se a bateria para ti for algo que gostas e queres ser um baterista famoso como o teu ídolo, epá, então dedica-te a outra coisa.
Se pelo contrário, gostas mesmo de bateria, então dá um tempo, faz um reset e depois volta a tocar mas sem o stress de que não acertas das peles.