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Não lido Seg, 12 de Abril de 2010   #96
Artur Jorge
 
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Artur Jorge será famoso em breveArtur Jorge será famoso em breve
Re: [DEBATE] Os apoios das marcas, os patrocinios, e os 'endorsements'

Se me permitem, gostaria de partilhar o meu ponto de vista sobre este assunto. :-)

Já aqui se aflorou as nuances que distinguem o mercado generalista mundial do mercado peculiar português. Mas de facto há que concluir o seguinte:

A música é uma indústria.
Uma máquina orgânica e organizada, estruturada piramidalmente e com todos os agentes bem encaixados entre si. Editoras, Publishers, Promotores, Media, Agentes, Bookers, Advogados especializados em "copyright", Marcas de instrumentos e acessórios, empresas de som e luz, lojas de discos (físicas e online), roadies, caterers, motoristas, empresas de aluguer de veículos, empresas de merchandising, street team e fan club managers, enfim... uma lista enorme.
E estas pessoas envolvidas nesta indústria "comem e bebem" porque no fim da pirâmide está o "consumidor", esse alvo único de cujos euros/dólares interessam à indústria.

Sobre endorsements e apoios: NINGUÉM DÁ NADA A NINGUÉM, seja ele o Vinnie Colaiuta ou o "Manel".
Toda a marca que não leve em conta um estudo preciso e rigoroso à volta daquilo e em quem investe, arrisca-se a desaparecer rapidamente.

Quando uma marca decide investir num músico, fá-lo na certeza (ou convicção) de ter retorno. Por investir num endorsee, obtem um retorno em imagem de marca (valor importante e muitas vezes negligenciado) e em mais consumidores dos seus produtos. Se eu "oferecer" material grátis a "A" ou "B", faço-o porque obtenho com isso mais alguns milhares de vendas e porque esses "A" ou "B" também estão a contribuir com o seu capital de prestígio, adquirido à custa de enormes esforços e de provas dadas ao longo de uma carreira sólida.
Se a tática pode variar, o princípio é o mesmo. Uma marca dá por um lado aquilo que lhe permite ir buscar em dobro ou mais por outro.

O mecenato e a simpatia e consideração por amigos leais e honestos tem muito pouco a haver com esta indústria, pois quando chegar a minha vez de pagar as compras no Continente, a menina da caixa quer é euros. Estatutos e isso não servem para pagar...
;-)

Já vou muito extenso e ficou ainda muito por dizer, mas acho bem ficar por aqui.

Abraços!
Artur.
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