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Não lido Seg, 3 de Abril de 2006   #1
seis_e_meia
 
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seis_e_meia está no bom caminho
ESTUDO: O som e o isolamento acústico

conforme "postado" no forum anterior:



O som pode definir-se como um movimento ondulatório no ar ou outro meio elástico que provoca excitação no nosso aparelho auditivo.

Esse movimento ondulatório no ar tem origem numa fonte sonora que produz o som pela sua vibração. (a vibração faz deslocar o ar, e por sua vez produz o “som”).

O som é esse movimento ondulatório no ar gerado pela fonte sonora, tal como quando mandamos uma pedra à água, o impacte da pedra cria uma ondulação que se propaga em todas as direcções (provocando aquela imagem que temos em mente de umas circunferências a propagarem-se a partir do local onde caiu a pedra).

Do mesmo modo o som também se propaga em todas as direcções à mesma velocidade, sob a forma de ondas sonoras que podem assumir 4 (quarto) características: intensidade – dimensão física do fenómeno (Som ALTO ou BAIXO); altura – “qualidade do som” que nos dá a sensação de grave ou agudo; timbre – permite distinguir sons com a mesma intensidade e altura (exemplo, um piano e uma viola a darem a mesma nota, com a mesma intensidade, mesmo assim diferenciam-se pelo timbre) e duração (difícil de explicar, mas fácil de perceber por isso não vou explicar).

Para a acústica o mais importante a considerar é a altura do som, pois estas ondas conforme a sua altura vão ter comportamentos diferentes. É a característica que mais afecta a maneira como devemos tratar o som.

Isto porque a altura é no fundo traduzida por uma onda.

Tal como a pedra ao bater na água provoca ondas que se propagam no tempo e no espaço, o som também se propaga por forma de ondas chamadas sinusóides. No som, se essa sinusoide (movimento ondulatório) se repetir duas vezes, diz-se que a sinusoide ou onda cumpriu 2 (dois) ciclos. Se se repetir 20 (vinte) vezes terá cumprido 20 (vinte) ciclos e por ai fora....

No som, a medida usada foi o HERTZ (hz) que é o número de vezes que a sinusoide/onda se repete num segundo (numero de ciclos por segundo=Hertz)

Tal como se em KM/H a velocidade percorrida, no som recorre-se ao HZ (ciclos por segundo)

É sabido que os sons mais graves cumprem menos ciclos por segundo que os sons mais agudos.

Também se sabe que o aparelho auditivo só é exitado (só reage) por sons com ciclos na ordem dos 20 HZ (mais grave) aos 20.000 HZ (mais agudo).

O facto de num segundo a onda sonora percorrer menos ciclos, faz com que a distância de um pico da onda ao pico seguinte seja maior do que se a onda percorrer mais ciclos por segundo.

(pico=ponto máximo em que a onda chega, começando posteriormente a descer)

Deste modo diz-se que os sons graves têm maior comprimento de onda (devido à menor repetição de ciclos por segundo) e os agudos têm menor comprimento de onda.

Aqui Temos um ponto importante para tratar acusticamente um espaço; mas, já lá vamos.

Falei do comportamento do som em espaço aberto, no ar.

Mas quando a onda sonora encontra um obstáculo físico, esta vai assumir um comportamento; ou melhor 3 (três);

A Reflecção; que consiste no obstáculo reflectir o som na direcção oposta à que lhe foi transmitido (se tivermos a falar de uma superfície plana) tal como um espelho reflecte a imagem de uma pessoa.

A Absorção; que comporta a transmição do som dentro do obstáculo (o impacte da onda sonora faz o obstáculo vibrar e transmitir essas vibrações DENTRO do obstáculo, com caracteristicas e intensidades diferentes, dependendo da capacidade absorvente do obstáculo face ao som)

A Difracção; capacidade do som ter de contornar o obstáculo mediante o seu tamanho ser inferior ao tamanho do comprimento de onda do som. (ou seja; sons mais graves, como têm grandes comprimentos de onda, contornam melhor os obstáculos que os agudos, como tal são mais dificilmente absorvidos pelos obstáculos)


Sabendo estas 3 (três) características principais da onda sonora no seu aspecto FISICO estamos em condições de fazer tratamento e/ou isolamento acústico, sendo que o tratamento acústico trata mais do aspecto referente à Reflecção do som e o isoalemnto diz mais respeito à Transmissão/Absorção do som.

A Reflecção dános a noção de Reverberação ou Eco

Ou seja o som ouve-se uma vez directyamente, proveniente da fonte sonora, e uma segunda vez ao ser reflectido, embora com caracteristicas diferentes pois o som já perdeu alguma “potência” ao bater no obstáculo (dependendo do obstáculo que encontre) Em zonas bastante reverberantes a reflecção vai por sua vez ser reflectida e ouvimos o mesmo som repetido “n” vezes até se extinguir por completo.

A reverberação e o eco destinguem-se por sensações fisiológicas diferentes (interpretação do cérebro)

Quando a sala é pequena, (inferior a 17m) a reflexção do som dá-se num tempo interior a 0.10 segundos. É o sufeciente para o cérebro não conseguir distinguir a diferenciação dos sons, e remete a reflecção (com menor intensidade) para o som original (com maior intensidade) com um aspecto de “maior duração” (oohhhhh aaaannnnnaaaaa!!!). Em distâncias maiores a 17 metros entre a fonte sonora e o obstáculo, o cérebro consegue diferênciar o som e dá-nos a sensação de repetição do som (oh ana ana ana ana ana....)

Isto não se quer pois; além de dar uma indefinição ao som (parece um som ciclico, e não um som “seco” essas reflecções vão fazer vibrar o instrumento acústico outra vez (virbação do ar provoca vibração da pele de bateria por exemplo e esta por sua vez provoca uma onda sonora que vai ser reflectida etc etc etc....) é tipico isto quando o snare começa a vibrar sp que estamos a tocar num timbalão por exemplo. (é mais ou menos isto que se chama a ressonância – quando o som de uma fonte sonora faz outra superficie vibrar e provocar som)

Desse modo, para eliminar essas reflecções (que embelezam o som mas podem ser irritantes para a captação/treino de um instrumento como a bateria) podemos usar superficies concavas (que concentram o som num ponto) e convexas (que dispersam o som para varios pontos) de modo a que com este jogo concentra/dispersa o som perca toda a sua intensidade e não haja reflexões audiveis.


ATENÇÂO: Apesar de se poder dizer que o que cumpre o objectivo do tratamento acústico (anulação da reverberação) também cumpre em parte o objectivo do isolamento (absorção da vibração), não se deve confundir a capacidade de certos materiais (como as caixas de ovos) têm de fazer redução da reverberação com isolar o som para propagações exteriores. Ajuda mas não tem essa função.

Para absorver o som (o que se pretende ao isolar uma sala de modo a não incomodar ninguém), isto é, evitar que ele se Transmita pelas paredes (obstáculos) deve-se “forrar” ou usar na própria construção da sala materiais absorventes, ou seja, que além de terem a capacidade de evitar reflexões que criem labirintos acusticos, com várias porosidades, de modo a que o som se propage no maior trajecto possivel de modo a assim ir perdendo intensidade e velocidade de propagação (exemplo, se o sum se propagar em linha recta ---------à perde menos força que se tiver de cumprir um monte de SSSSSS impostos pelas porosidades do material. Implica que o som tenha de andar aos S’s e asim perde intensidade. Regra geral, quanto mais porosidade melhor absorção. Usar caixas de ar também ajuda, pois o som ao mudar de meio fisico (obstáculo, ar, obstáculo, provoca ser difundido de intensidade cada vez menor, como uma travagem progressiva imobiliza melhor um carro que uma travagem a fundo.principio do ABS)

De ter em conta que os graves como têm um comprimento de onda maior, contornam melhor os obstáculos, como tal precisam de um isolamento total da sala para não sairem, ao pace que se a ideia for isolar apenas os agudos basta isolar as zonas onde eles têm mais tendência de propagação, em altura parta cima, face os graves que têm a tendência de se propagarem mais para baixo.

Como os agudos, devido ao seu menor compriemnto de onda são mais fáceis de isolar, é preferivel, morando numa casa com mais que um andar, ter o estudio numa cave.


Bem, eu não me quis debruçar sobre técnicas de tratar/isolar o som porque disso não conheço muito, apenas tenho algumas noções sobre os principios básicos do som, como tal decidi expô-los de maneira a que, se tiverem paciência para lerem isto tudo, possam (quem já não sabe) ter uma ideia melhor de como se poderá isolar melhor e perceberem o que estão a fazer, mais que comprar e forrar a sala com caixas de ovos ou cortiça.

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