Ninguém fala, falo eu.
Vi o filme... como baterista notei imediatamente:
- as graves falhas de "sync" que nem os truques de câmara conseguem disfarçar;
- a ideia que passa é que tocar bateria é só ganhar velocidade e tocar depressa;
- a ÚLTIMA coisa que um baterista de nível académico tem são os graves problemas de "tempo" que demonstram os «bateristas» do filme;
- ninguém sangra da palma das mãos a tocar bateria...dos dedos ainda engolia a ideia... mas ninguém agarra numa baqueta como se agarra numa pá para cavar;
Passados 30min de filme pensei "tenho duas opções, ou saio da sala ao intervalo ou esqueço que sou baterista e deixo de prestar atenção aos pormenores técnicos porque isto é cinema...".
Fui para a segunda opção. GRANDE FILME!
Excelente argumento, ótima interpretação, uma honra para o instrumento!
Talvez falta de foco na exaustão de prática, dá a ideia que o baterista quer praticar 20h por dia mas passam poucos planos da imensidão do trabalho... ainda assim compreendemos a obsessão pela perfeição.
Bateria é isso. Música é isso. Uma paixão que nos faz mergulhar em nós mesmos.
Aquela sensação que quando estamos a tocar nada mais existe para além da música e do nosso instrumento, por mais «shit-osa» que a vida seja quando "saimos do palco". Lá "em cima" tudo se transforma.