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Não lido Sáb, 15 de Setembro de 2007   #1
splash
 
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splash tem uma aura espectacular à voltasplash tem uma aura espectacular à volta
[Entrevista] Martin Lopez (ex-Opeth) - ano de 2004

Aqui vai umas das poucas entrevistas que encontrei na net ao Martin Lopez (ex- Opeth).
Apesar de ser de 2004, penso eu, é interessante para fãs.
Nasceu a 20 de Maio de 1978.

É verdade que nasceste na Suécia, certo?
- Sim, nasci lá.

Como conheceste Martin Mendez (baixista de Opeth)?
- Aos 5 anos mudei-me para o Uruguai. Conheci-o quando tínhamos 13 anos, ficámos amigos e começamos a tocar na mesma banda.

Quando voltaram à Suécia?
- Aos 16.

Depois tocaste no albúm “ One Sent From The Golden Hall” dos Amon Amarth, certo?
- Exactamente. Esse foi o meu primeiro disco. Penso que o gravei quando tinha 17 ou 18 anos.

Wow! Impressionante! Só fizeste esse álbum antes de partires para os Opeth?
- Sim, fiz esse e comecei os ensaios para o segundo, mas entretanto surgiu a oportunidade de ir para os Opeth com o Martin Mendez.

Fazes mais algum trabalho para além do Opeth? Baterista de sessão ect?
- Por acaso faço. Tento tocar em diferentes bandas com diferentes estilos musicais. Até dou aulas em casa, mas ultimamente temos feito tantas tournées que não tenho tido tempo para isso. Em breve vamos ter uma pausa, e talvez aí possa trabalhar com Mendez num projecto que temos.

Podes adiantar mais qualquer coisa em relação a esse projecto?
- Gravámos poucas partes até agora. É algo com influências de Tool, Katatonia, Opeth com um toque de música étnica.

Na tournée “Damnation”, o Mikael (vocalista) disse que talvez o próximo álbum fosse composto por apenas 2 longas músicas. Ainda é esse o plano?
- Ainda temos muitas ideias no ar. Pensámos em fazer 6 músicas, misturando o Damnation com o Deliverence, mas até ver ainda muito pode mudar.

Então ainda não têm direcção certa?
- A direcção será Opeth. Claro que não vai ser outro Damnation. Será um Opeth “normal” e o nosso melhor. Nos outros discos tivemos muito pouco tempo para ensaiar as músicas, por exemplo no Deliverence/ Damnation só ensaiámos 1 vez, durante 3 horas. É por isso que este ano faremos uma longa pausa para nos concentrarmos e darmos o nosso melhor.

No vosso DVD e no site fazem referências a certas dificuldades encontradas no estúdio de gravação. Quais foram especificamente?
- É verdade. O estúdio parecia uma gruta, não tinha janelas e era muito quente. Passámos lá o verão inteiro, nunca saímos, só encomendávamos comida. Tivemos tempos maus ali é verdade. Eu por acaso tive sorte em sair um pouco assim que gravei a bateria, mas o Mikael (vocalista) esteve lá o tempo inteiro.

Fazendo uma retrospectiva, agora que o álbum e DVD saíram, ambos com sucesso, achas que valeu a pena o esforço e estás agradado com o produto final?
- Sim claro. Fazemos isto porque achamos que é o melhor trabalho que se pode ter. Ás vezes pode não ser divertido, outras vezes não te apetece tocar, mas tens que o fazer. É um trabalho. Mas quando nos encontramos com os fãs e eles nos dizem o quanto a nossa música significa para eles, é aí que tudo vale a pena.

Qual é a tua impressão geral sobre os fãs aqui nos USA?
- Na verdade ficamos chocados com a quantidade de fãs. Depois de tudo o que foi dito sobre a tournée Damnation , que iria ser um suicídio comercial, ficámos agradados com a resposta. Cada vez temos mais.

Concordo. Parece que com esta tournée e com o Damnation a vossa reputação e fãs cresceram não é verdade?
- É verdade. Quanto mais tournées fizeres mais te mostras e melhor é para a promoção. Para além disso nós adoramos tocar ao vivo, apesar das cansativas viagens. Quanto maior for a multidão, maior será o concerto, porque mais pessoas ficam ligadas connosco.

Vocês podem escolher com que bandas fazem a tournée?
- Ás vezes podemos, outras nem por isso. Não nos importamos com isso.

Ainda és relativamente novo. Que idade tens?
- 25 (2004)

Como te vês daqui a 10 anos?
- Tocando, tocando e tocando. Mas sem muitas tournées (risos). Eu toco desde os 4 anos e é a única coisa que fiz em toda a minha vida; é o que sei fazer e que faço todos os dias com muito gosto. Então daqui a 10 anos espero que os Opeth ainda estejam juntos. No dia em que sentirmos que já não conseguimos fazer um disco melhor que o anterior, então aí será altura de partir.

Li na Blabbermouth.net que ias participar num disco de tributo aos Death, é verdade?
- Sim, na verdade fui abordado acerca disso. Perguntaram-me se estava interessado e como sou um grande fã de Death fiquei lisonjeado. São umas das minhas 3 bandas favoritas. Sim vou tentar planear tudo a tempo para poder tocar.

Existem algumas músicas que gostasses de tocar?
- Disseram-me para escolher só uma música, mas eu tenho tantas favoritas. Queria tocar uma do Indivudual Thougth Patterns ou do Symbolic, ou ainda ir para os albúns mais antigos. Não sei mesmo qual escolher (risos).

Se tivesses que escolher o teu álbum favorito de Opeth, qual seria?
- Ora bem… não vou contar o Damnation porque é outro estilo de Opeth. Musicalmente falando sei que o melhor é o Deliverence, devido ao facto de termos evoluído constantemente. Mas emocionalmente falando o Still Life foi o que me mais me marcou. Lembro-me de chegar a casa e pensar: “F***-**! Isto é bom!” Foi quando me apercebi que nós éramos realmente bons. Nesta tournée abrimos com “The Moor” e mais tarde “Face of Melinda”.

Na tua playlist, no site dos Opeth, fazes referência a Tool – Lateralus e A Perfect Circle – Mer De Noms. Não é uma escolha muito típica dentro do género do death metal. Porque é que gostas tanto destas bandas?
- Primeiro que tudo, ninguém faz o que eles fazem. Tool é único. Eles são génios. Tens o melhor cantor do mundo, tens o Danny Carey na bateria e a fantástica composição da sua música. Realmente toca-me. Claro que também ouço muito death metal. Fazer tournées com tantas bandas deste género faz-te mudar o gosto musical quando estás em casa a ouvir música. Quando pões um cd a tocar, tentas ouvir algo diferente do que escutas todas as noites.

Que equipamento usas?
- Premier. Sou patrocinado por essa marca e também pela Sabian. Tive propostas de outras marcas e talvez um dia mude, menos a Sabian.

A Suécia é o teu sítio favorito para tocar? Visto que és de lá, parece haver uma maior reacção dos fãns?
- Realmente o nosso sítio favorito para tocar é em Itália. O México também foi uma boa experiência.

És normalmente apontado como um dos melhores bateristas no death metal hoje em dia.
- Obrigado! (risos) Isso é fixe.

Tornaste-te um ídolo para muitos, mas quem é que te inspira a tocar?
- Gene Holgan (Strapping Young Lad, ex- Death), Dave Lombardo (Slayer). Quando ouvi o Gene em Individual Thought Patterns em Death, pensei, ele é o melhor baterista do mundo! Por acaso ele substitui-me em Opeth em 2 concertos a que tive que faltar. Senti-me lisonjeado por ser ele a fazê-lo.

Qual é a tua banda favorita para tournée?
- Talvez os Katatonia. Eles são nossos amigos e divertimo-nos muito o ano passsado na tournée.

E uma tournée com os Tool, gostarias?
- É o nosso sonho! Abrir para os Tool seria um enorme passo na nossa carrreira.

No teu estilo de tocar usas muito a poliritmia entre os membros certo?
- Sim é verdade, apesar de não ter sido algo que planeei. Normalmente ouço os riffs e apenas tento fazer com que ele “groove”. Tocar em bandas da América do Sul, Africanas e mesmo Arábicas, faz com que tenhas várias maneiras de te exprimires musicalmente. Acredito que o meu estilo não é diferente dos outros bateristas de death metal, embora o meu ponto de vista talvez seja diferente. Para mim o death metal é mais que música, é um sentimento de agressividade que tentas passar para fora do teu corpo, mas tocar bateria é apenas tentar manter o “groove”. Música latina e Jazz têm muito mais “groove” que o death metal e a minha ideia é tentar juntá-los. Se achar que encaixa na música então tento usa-lo.

O mikael (vocalista) refere no DVD que tu e o Martin (baixista) trouxeram essas influências culturais que incorporam na música dos Opeth.
- Sim nós vimos de 2 culturas completamente diferentes. O Peter (guitarrista) e o Mikael sempre estiveram ligados ao death metal, enquanto que eu e o Martin somos de outro continente onde tudo é diferente. No entanto juntar esses elementos tão distintos levou o seu tempo.

Parece que resulta muito bem! Obrigado pela entrevista e boa sorte para o resto da tournée.
- Obrigado pela entrevista. Adeus.
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