Percebo que te sintas lesado enquanto autor registado. E também julgo o primeiro argumento inócuo.
Mas o segundo argumento tem alguma razão de ser porque apesar de ser música, uma arte portanto e em relação à qual sentimos e manifestamos comportamentos que não gostamos de associar a dinheiro e propriedade, é um bem que está registado por alguém.
Se esse(s) proprietário(s) não se sentem lesados e os regulamentos não prevêem nenhuma acção sem queixa, há pouco a fazer.
É lamentável que os proprietários não se manifestem, não ajam em defesa dos seus interesses e dos interesses dos autores em geral.
Ferem a "classe" e enfraquecem-na, porque deixam continuar a impunidade e porque até reforçam uma ideia de que os artistas (e os músicos em particular) são incapazes de agir como corpo coeso, pelo menos na defesa de interesses comuns.
A seguir ao ladrão aqui a maior culpa é de quem foi roubado e não se queixa.
Alargando a discussão, não sei se não seria juridicamente criar algum mecanismo que permitisse que a defesa das obras fosse feita INDEPENDENTEMENTE da queixa de eventuais lesados.
7
Citação:
Mensagem Original de Lu Batera
Não só, remete também para a passividade com que tal situação é encarada por pessoas que deveriam ser mais sensíveis à importância da propriedade intelectual. Eu considerei-me indirectamente lesado, pois também sou autor registado na SPA e tenho obras em meu nome, e queixei-me junto da mesma; infelizmente, a resposta que obtive é que é necessária uma queixa por parte dos lesados, além da clarificação de que o assunto teria de ser analisado por orquestradores para poder aferir se é ou não plágio. Só não compreendo é a tua postura, de que "o Tony veio ocupar um espaço comercial que não era de ninguém", e de que "se nem os lesados se queixam por que raio havia eu de me preocupar". Quanto ao primeiro "argumento", é absolutamente irrelevante para o caso. Relativamente ao segundo, é um arumento que não pode conviver com a questão de princípio que enunciei, além de que não é sequer suficiente para culpabilizar só e apenas a SPA; a culpa de roubos não pode ser da entidade fiscalizadora, ainda que ela desempenhe mal o seu trabalho, como é o caso.
|