boas pessoal,
Hoje ouvi o Angles três vezes e como esperava as coisas só melhoraram desde a 1º audição, que foi ontem.
É um álbum bastante bom. A sonoridade mudou bastante, é certo, e existem bastantes faixas com parecenças ao projecto a solo do Julian. Mas ainda assim, contém a chama que os Strokes já nos habituaram nos seus 3 álbuns anteriores.
As guitarras continuam 'espalhadas' pelo disco de forma arrebatadora. Já não falo na Under Cover of Darkness, que tem um duo poderosíssimo do Albert e do Nick e um solo arrepiante, mas noutras faixas do álbum: A You're So Right mostra as guitarras muito mais sérias e melancólicas, tem uma passagem que dá um cheirinho ao aos solos do rock clássico (lá para os 59 segundos) e volta para o 'tema'. Genial e completamente arrebatador. Na faixa Gratisfaction o poder do duo Nick - Albert volta a fazer estragos, principalmente no tema. Para mim as melhores neste parâmetro.
O disco soa muito a anos 80 e abusa dos sintonizadores. Se o meu medo era que este álbum fosse parecido com o a solo, ou seja, bastantes sintonizadores, o retiro das guitarras electrizantes e da chama dos Strokes. Acho que eles fizeram a junção anos 70 / 80 com (aliás, ouçam a Two Kinds of Happiness - aquele inicio chama Pós Punk à força toda. Direcciona-nos logo para Joy Division, por exemplo) os 'velhos' Strokes de forma perfeita. Conseguiram crescer e mudar o seu som significativamente, tornado-o mais sóbrio e maduro e deixar ainda a chama Strokes. E acho que isso é a principal razão por este ser um disco tão bom. Adiante.
As linhas de baixo também acho que merecem bastante destaque. E não é por eu tocar baixo, acho que o Fraiture cada vez mais vai crescendo enquanto baixista. Do Is Ihis It para este as linhas foram ficado mais arrojadas, mais complexas e projeccionistas. No First Impressions of Earth já se notavam grandes diferenças, neste álbum elas ficaram notórias. Machu Picchu, Under Cover of Darkness, Gratisfaction, Two Kinds Of Happiness e Metabolism, principalmente, demonstram isso.
Acho que a bateria não tem muito que se lhe diga. Habitua-mo-nos a coisas funcionais e 'rasas' e assim continuam. Simples, que cumprem o seu papel. Um pormenor que gostei muito foi na To Kinds of Happiness o duplo Hit Hat a marcar as passagens. Isto porque eu estava a ouvir e lembrei-me que ficava bem uma coisa desse género e depois tau... lá estava ela.
Quanto à voz do Julian, acho que, como já se esperava, se assemelha ao disco a solo... Curtia mais da voz mais teen, digamos assim do Is This It, mas esta também é boa... é diferente e acho que combina mais com o som mais maduro e anos 80. Também foi diferente pelo tipo de letras abordadas... mais melancólicas. É a tal coisa.. primeiro estranha-se depois entranha-se. Este é um dos aspectos que me vai levar a ouvir o álbum a solo pela 2º vez... eu não gostei da 1º vez, vou dar outra oportunidade.
Liricamente, o álbum acompanha o som e parecem-me letras mais maduras. Mas acima de tudo melancólicas, mais tristes, mais 'pesadas' e com um toque de revolta e não de forma adolescente (porque, acima de tudo, este disco diz-nos que os Strokes já não são mais a banda teen que eram em 2001) And I'm tired of all your friends / Listening at your door / And I want, what's better for you / So long my friend and adversary / But I'll wait for you. De qualquer das maneiras, preciso de ter uma tradução para uma melhor opinião, que para já ainda não estão disponíveis. E o meu inglês não é de todo confiável.
Acho que já disse tudo em relação ao álbum. A chave foi mesmo eles terem encontrado o meio termo entra a mudança e o som de sempre. Terem introduzido novos elementos na música mas sem retirar os anteriores. E terem mudado. Não para melhor ou para pior, mas terem mudado e feito um álbum igualmente fantástico com os anteriores. Com as suas características e peculiaridades, mas de uma qualidade excelente. E é fantástico conseguir ver o crescimento deles enquanto músicos desde o Is This It. Grande banda, enorme banda. Uma coisa que tinha medo era terem mudado para uma sonoridade mais comercial, o que não se sucedeu também. Estão de parabéns e este é certamente, para mim, o melhor álbum de 2011 até agora.
Minhas faixas preferidas por ordem: Under Cover Of Darkness, Life Is Simple In The Moonlight, Machu Picchu, Two Kinds Of Happiness, Metabolism, Taken For A Fool, Gratisfaction, You’re So Right, Call Me Back, Games.
espero que gostem e que comentem

cumps