Olá!
Obrigado pelo interesse e pela apreciação do som que tenho feito a partir do meu estúdio.
Quanto aos Glockenwise, gravaram todos juntos, todos os instrumentos em simultâneo e as vozes foram gravadas posteriormente.
Foi tudo gravado em fita magnética, através de mesa analógica e as pistas foram transcritas para digital a 88.2KHz/32bit.
A Bateria nos Glockenwise teve só microfones dinâmicos e de fita. Os overheads eram de fita e não estavam exactamente "over" mas sim à frente da Bateria, à altura dos pratos.
Toda a produção do album dos Glockenwise, incluindo misturas, durou 36 horas.
Quanto ao novo do Old Jerusalem (esse do video aí em cima) a gravação foi também por mesa analógica e também foi tudo gravado para fita magnética (16 pistas, 1 polegada, sem redução de ruído).
A questão dos dois microfones significa que todos os sons captados por microfone (guitarras acústicas e eléctricas, voz, amplificadores, sintetizadores via amplificadores, etc.) foram captados pelos mesmos dois microfones, sempre colocados em MS (Mid Side).
Utilizei um Neumann M149 em bidireccional para "Side" e um Audio Technica AT4033, cardióide, para "Mid".
Foram os dois microfones com a resposta mais semelhante que encontrei. Aliás, em cardióide soam exactamente iguais, exceptuando um menor ruído de fundo (hiss) no Audio Technica e uma maior sensibilidade a sons distantes no Neumann.
O processamento posterior dos sons gravados foi totalmente feito por fita magnética ou por equipamentos de rack e não por plugins.
Espero que isto tenha ajudado a esclarecer as questões. Se houver mais, pergunta!
Ah!... o Legendary Tiger Man também gravou o "**** Christmas I Gote The Blues" em fita e com uma mesa analógica. Neste caso, do trabalho do Tiger Man, a mesa tem uma curiosidade adicional:
era uma Studiomaster de 16 canais, completamente ferrugenta e em que os potenciómetros de equalização e auxiliares só funcionavam rodando com um alicate.
Portanto, passei os 6 dias da gravação do Tiger Man com um alicate ao lado da mesa, e sempre que tinha de rodar um botão... lá vai disto.
Não foi uma opção mas sim um imprevisto.
Na altura usava uma mesa digital que tinha avariado poucos dias antes da gravação e a única mesa que consegui arranjar assim, num instante, foi aquela Studiomaster.
O Paulo Furtado até ficou bastante satisfeito com o som (e eu também) pois o aspecto da mesa combinava completamente com o Vox AC30, que ligava com um murro no painel superior, do lado direito.
Mais ou menos assim:
