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Não lido Sex, 9 de Janeiro de 2009   #52
SilverDrummer
 
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Re: Técnica VS Musicalidade

Citação:
Mensagem Original de knk Ver Mensagem
Pessoal, venho por este meio manifestar o meu descontentamento após ter visto praí uns 10 videos no youtube, uns como consequência dos outros, de bateristas "menos experientes"...

Vamos lá ver uma coisa, ou duas: porque há técnica, há musicalidade e há as duas juntas, uma como consequência da outra, e o que se vê praí é uma série de fãs dos rudimentos rápidos e de técnicas de velocidade nas down strokes e upper ou daquela que eu chamo a "técnica dos disciplos de portnoy".

Anda todo o mundo no "Portnoy mode":
Bd Bd........ Bd Bd
.......Sn Sn .........T1 T1.... and so on (a 300bpm's)

ou naqueles rudimentos:
Bd....... Bd
....R R L.... R R L.... (em 5a a fundo)

Depois vão para o ritmo, isto num "solo" (ó zé mete aspas nisso!) de bateria cheio de técnicas individuais, onde o que menos interessa é fazer musica com a bateria, E PIOR! - chego mesmo à conclusão é que o pessoal NÃO SABE fazer musica com a bateria...

Caso contrário não ia toda a gente parar ao mesmo ritmo, com as mesmas cadências, parecem robots ( TUM, TUM PA, TUM, PA TUM PA...15x) mas a meter um toque de ride aqui, um rufo the hats ali, uma espécie de "cunho pessoal" igual ao próximo...

Toquei com um (grande) guitarrista que me disse há uns anos "toda a gente faz Sol e Ré numa guitarra, mas há gajos que fazem o mesmo SOL e o mesmo RE e tocam-te na alma!" - Isto para dizer que o importante não é fazer o ritmo, é a maneira como se faz o ritmo, e o respeito que o baterista tem enquanto musico (essa é outra mas nem vou por aí) e deixar os outros instrumentos soar... (ok vou por aí...) Estive numa "jam" (chico mete aspas nisso!) na noite de 24 de Dez. material montado por putos, obviamente monopolizado pelos mesmos... 20minutos de intervalo entre saberem o que iam improvisar a seguir, as condições não eram boas, mas já com um copito a mais lá me convenceram a tocar o velhinho sweet child, uma verdadeira tragédia, até porque o baixista tava a tocar em D e o guitarrista em C#, mas prontos... toquei o básico e fartei-me de rir com aquilo (tava com os copos, ria-me de tudo), se fiz meia duzia de breaks foi muito, mas não sei porquê, os putos sentiram-se "ameaçados", saltaram logo a seguir para cima da bateria, era um despique de técnicas SEM SENTIDO, SEM RESPEITO (pela musica e pelos outros instrumentos), SEM FEELING, SEM MUSICALIDADE, sem nada de nada...

Fico triste a saber que já somos tão poucos bateristas, e a maioria dos novos andam meio perdidos... Aos meus alunos, no inicio, digo sempre o seguinte "quantas malhas de bateria é que conseguem cantar?" e depois meto a tocar a november rain (quando entra a bateria)... a simplicidade de uma malha de bateria que 90% de vocês conhece de cor!!! Bonito, simples, PODEROSO e extremamente musical, para completar a jóia que é a musica toda.

Os guitarristas também aprendem mais rapidamente a fazer um fingertaping do que passar de uns acordes para os outros com coerência, mas eles são mais que nós!

Vamos lá a meter musicalidade na cabeça deste pessoal, desenvolver técnica é porreiro, mas se não houver uma boa base onde inserir essa técnica, de nada vos serve, e nunca deixarão de ser batucadores para passar a ser musicos - cujo instrumento é a bateria.

Um abraço! (não quero levantar discórdias, é só a minha visão da coisa, e pode fazer a diferença na cabeça daqueles que concordarem, considerem um bom desafio à vossa maneira de tocar!)
Sem tirar nem por, também já falei disto com outras pessoas e na minha opinião há muito baterista que se preocupa demasiado com técnicas, fazer cenas maradas e complicadas. E a musicalidade fica muitas vezes de lado. A bateria serve para fazer música, não para ver quem é mais rápido, ou aquele que faz cenas mais complicadas.


Já agora, o baterista dos AudioSlave cujo nome não sei, tem baterias bem simples mas cheias de musicalidade. Outro caso é o Chad Smith.

Prefiro estes bateristas que joyes e portneys cuja musicalidade e posta para traz, para shows de rapidez e técnica.


Cumps
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