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Não lido Dom, 10 de Junho de 2007   #2
_TASSE_
 
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Entrevista com Mike Portnoy Em turnê na Austrália com o G3, Mike concedeu uma entrevista ao site Ozprog.com.

Confira!!!!


Salty - Essa é sua primeira vez na Austrália?

MP - Eu estive aqui em 96, eu acho, cerca de 10 anos atrás para fazer workshop. Então, como eu te disse, a cada 10 anos nós começaremos a acrescentar outro membro (do Dream Theater para turnê) e então eu acho que dentro de cerca de 50 anos todos nós estaremos aqui.

Salty - Você gostou de quando esteve aqui?

MP - Da última vez? Sabe, eu não me lembro muito bem, foi há 10 anos. Minha esposa veio comigo e era só workshop de bateria e eu gostei. Eu não tenho uma recordação clara disso. Eu ainda bebia na época, então... (risos). Eu me lembro de realmente ter gostado de Sydney, eu achei uma cidade linda, e eu também toquei em Melbourne e... Canberra? E... talvez uma ou duas outras cidades, mas foi legal.

Salty - E tocar com o G3 e em turnês menores, no que isso difere de uma turnê do Dream Theater em termos de..., acho que você disse em um e-mail que você é apenas um baterista nessa turnê.

MP - Bem, é diferente em dois aspectos, tanto pra mim quanto pro John, é muito diferente porque nós não tocamos para os fãs de Dream Theater e nós estamos tocando as músicas do John, e não músicas do Dream Theater, uhm, mas para mim, pessoalmente, é um grande processo de adaptação porque com o Dream Theater eu costumo dirigir o show e supervisionar cada passo de todas as operações e todas as decisões, enquanto que nessa turnê eu sou, eu acho que sou apenas um baterista. Sou apenas um "D" no mundo dos "G's". E na verdade eu gosto disso. Inicialmente, foi um grande processo de adaptação para mim quando nós tocamos com o G3 pela primeira vez em 2001 e eu me adaptei rapidamente, sabe? Agora é ótimo, eu apenas toco bateria e não tenho que tomar nenhuma decisão e...

Salty - Foi difícil retroceder?

MP - Inicialmente foi difícil, sim, mas agora eu acho que estou acostumado. E, sabe, eu já saí em turnês com o Neal Morse e tudo mais onde eu sou tipo apenas um coadjuvante contratado, então... de vez em quando é legal fazer isso. Eu não gostaria de fazer isso o tempo todo, mas só de vez em quando é legal.

Salty - E trabalhar com outras pessoas, você tem algum projeto paralelo ou alguma coisa empolgante a caminho de que você possa falar?

MP - Bem, meu maior projeto no momento é minha nova vídeo aula na qual estou trabalhando duro já há alguns meses, e... estou prestes a terminar isso. O vídeo deve sair em janeiro e será um pacote de 7 horas, 3 DVD’s, então é um projeto pesado, enorme, é o meu maior...

Salty - Ele vem com um frasquinho de talento?

MP - (risos)

Salty - Certo, você disse antes sobre ser um "D" no mundo dos "G's", se você fosse organizar uma turnê D3, quem você gostaria que participasse?

MP - Boa pergunta... Acho que Terry Bozzio é sempre divertido de se ver... Ele é alguém que conseguiria segurar um show inteiro sozinho, sabe, só tocando bateria, ele seria, ele seria uma ótima escolha.

Pete - Zappa Plays Zappa virá para cá no ano que vem.

MP - Oh, é incrível... Eu vi nos EUA, é absolutamente fenomenal. Eu acho, bem você quer três D's, um terceiro D... Neil Peart seria ótimo, mas você sabe que ele nunca faria isso, mas eu acho que, como é uma.. pergunta hipotética, então eu também poderia citá-lo. Ele seria um ótimo terceiro.

Salty - E, por falar em Neil, você mencionou Rush como uma grande inspiração para o Dream Theater, no documentário do Score você fala sobre isso. As bandas que influenciaram vocês lá atrás ainda influenciam ou inspiram vocês, as que ainda existem?

MP - Eu diria que elas ainda nos inspiram, mas não nos influenciam mais agora, quero dizer, nossa influência de Rush e bandas como Yes e Pink Floyd e Metallica e [Iron] Maiden, elas certamente nos influenciaram quando éramos jovens, agora nós ainda as respeitamos e admiramos, mas não posso dizer que vamos para casa e ouvimos Piece of Mind ou 2112 hoje em dia. Mas, você sabe, nós certamente reconhecemos suas influências sobre nós, desde quando éramos bem jovens. Pessoalmente, agora as bandas que me influenciam ou me inspiram são bandas mais modernas como Muse ou Opeth sabe, bandas como essas.

Salty - Existe alguma banda que está começando agora e que você ache realmente boa?

MP - Bem, como eu disse, Muse e Opeth e Lamb of God e Mars Volta, essas são algumas das bandas que eu realmente estou curtindo agora.

Salty - No DVD Score você fala como o Dream Theater começou com você enviando fitas pros lugares, fazendo toda a coisa das trocas de fita. Pelo tanto que a tecnologia tem avançado hoje em dia, com a Internet, MySpace, você acha que isso tornou mais fácil para as bandas terem uma chance?

MP - Ah, absolutamente. Está absolutamente mais fácil divulgar. Quero dizer, a Internet ajudou demais uma banda como o Dream Theater, simplesmente porque nós não podemos contar com a mídia mainstream para nos mostrar ao mundo. Nós não tocamos no rádio ou na TV, não estamos nas revistas mainstream, então a Internet tem sido realmente de grande ajuda para que os fãs saibam sobre as datas das turnês e sobre novas informações e coisas assim. Então isso realmente nos ajuda como uma banda já estabelecida. Eu não posso nem imaginar o valor disso tudo para uma banda nova, sabe? O que eu tive que fazer pelo Dream Theater há 20 anos foi tudo pelo correio, e agora eu posso imaginar que seria muito mais fácil promover ou autopromover uma banda quando você é novo ou jovem.

Salty - Outra questão sobre a tecnologia, as vendas digitais. Você acha que essa tecnologia chegou a um ponto em que as bandas independentes podem vender suas músicas online, você acha que o papel das gravadoras está ficando menor para as bandas?

MP - Absolutamente, é por isso que muitas gravadoras estão falindo, e francamente, estou feliz em ver isso porque eu acho que o mundo coorporativo é um lado feio para o negócio da música e destrói muitas bandas. Quase destruiu o Dream Theater. Felizmente nós sobrevivemos a isso e fomos capazes de continuar, sob nossas próprias condições, mas sabe, nós somos uma das poucas que quase foi destruída mas conseguiu dar a volta por cima, mas...sim, respondendo sua pergunta eu acho que isso está definitivamente prejudicando as gravadoras, associações de gravadoras, está prejudicando as lojas de discos. Sabe, Tower Records, a rede, acabou de fechar, e está prejudicando as vendas de CD’s também, sabe. Isso não me assusta porque eu acho que o Dream Theater, felizmente, se estabeleceu fora das necessidades de tudo isso. Nós sempre vendemos nossos discos e construímos nossa carreira sem a ajuda de uma grande gravadora, então nós felizmente desenvolvemos nossa carreira até um ponto em que provavelmente podemos sobreviver sem uma gravadora.

Salty - E com o novo álbum muitas pessoas sempre perguntam nos fóruns: vocês mudarão a gravadora ou ficarão com a Atlantic?

MP - Não, nós definitivamente não ficaremos com nossa gravadora antiga. Nós passamos 14 anos esperando o fim do contrato, não renovaremos novamente.

Salty - E vocês estão pesquisando por aí?

MP - Sim, nós tivemos muitas ofertas na mesa e, provavelmente, dentro de algumas semanas, nós anunciaremos com quem vamos trabalhar. Nós já decidimos, mas sabe, vamos anunciar em algumas semanas.

Salty - Existe alguma banda australiana que você conhece ou curte? Particularmente, bandas de prog australianas?

MP - Bem, não conheço nenhuma banda de prog australiana. As únicas bandas australianas que eu conheço são obviamente AC/DC e ah... qual era aquela outra banda, Wolfmother? Eles são daqui? Quem mais é daqui? Virgil Donati é daqui. Quem mais?

Salty - O Silverchair era uma banda bastante grande.

MP - Ah é, certo.

Salty - Existe um grupo de bandas de prog.

Pete - INXS.

MP - Sim, ok.

Salty - Você conhece Cold Chisel?

MP - Não.

Salty - *silêncio*

MP - Mas vocês têm AC/DC. Eles são uma das maiores bandas no mundo, então vocês têm um bom representante no cenário.

Salty - Você sabe de algum fã de Dream Theater que não seja músico, mas alguma celebridade ou famoso que você não esperava?

MP - A maioria deles são músicos, mas de vez em quando aparecem alguns, como Mike Piazza, que é um famoso jogador de basebol nos EUA e Pat Riley, um famoso técnico de basquete, seu filho é um grande fã e esteve em alguns shows e... Eu nunca conheci nenhum ator ou pessoas assim... Não, realmente a maioria é músico. É sempre interessante, porém, quando você vê que algumas das pessoas mais inesperadas são fãs de sua música... é sempre legal.

Salty - Em todos esses anos de turnê, você pode se lembrar do maior momento ‘rock n roll’ em turnê?

MP - Maior momento rock and roll...

Salty - Atirar uma TV pela janela?

MP - Ah, cara, esses dias já eram, sabe, essa coisa de assinar seios e destruir quartos de hotel, isso foi bem no comecinho. Hoje em dia, nós somos todos sóbrios, caras velhos e casados.

Salty - E o momento mais bizarro?

MP - Ahn... bem, nós todos já caímos do palco, eu caí duas vezes, mas não é tão glorioso como quando cai um vocalista ou um guitarrista, porque eu estou nos fundos e isso é assustador. Nas vezes em que eu caí, ninguém nem sabia que eu tinha caído... Se você quer um momento realmente bizarro, foi na turnê do Scenes From a Memory. Nós estávamos em Cleveland e nosso ônibus, nós fomos fazer o check out do nosso hotel e vimos que o ônibus tinha ido embora. Acontece que o motorista era viciado em crack e ele havia feito um negócio na noite anterior... e o ônibus todo foi tomado por um monte de viciados. Encontraram o ônibus alguns quilômetros pra frente e... nosso motorista estava na cadeia. Então nosso motorista de turnê teve que pegar o ônibus e nos levar até o próximo show e, sim... e pensar que, o tempo todo, aquele cara estava levando a gente, sabe?

Pete - Você está ansioso pra ouvir o disco novo do Rush?

MP - Com certeza... mas eu gosto do Rush antigo, sabe? Mas... na verdade eu encontrei com Neil há alguns meses e ele me disse tudo sobre todo o processo de composição e como está o álbum novo, foi realmente muito interessante ouvir de sua perspectiva...

Pete - Ele ouve Dream theater?

MP - Eu nunca perguntei para ele, quero dizer, ele estava bem consciente de quem eu era e quem era a banda... mas não perguntei "Ei cara, o que você acha sobre mim?”, sabe. Então, nós realmente não falamos sobre isso (risos). Nós conversamos sobre, você sabe, muitos outros assuntos, mas não sobre mim.

Salty - Eu sei que você é meio que viciado em filmes, existe algum filme ou programa de TV que você gostou ultimamente?

MP - Eu vi o novo filme do David Lynch, que ainda não saiu, eu fui a um pré-lançamento e fiquei com a mente totalmente deformada, torta, foi ótimo, eu adorei. Foram 3 horas de... era como 3 horas de pesadelo, foi maravilhoso.

Salty - E se você tivesse que pensar, o que resta no cenário musical para o Dream Theater e o Mike Portnoy fazerem?

MP - Sabe... eu sinto que nós realizamos a maioria dos nossos sonhos, sabe, a maioria dos meus sonhos pessoais, em relação à bateria e coisas assim, e prêmios e reconhecimento, quero dizer, eu realizei tudo que poderia sonhar no mundo da bateria, e a banda fez turnê com todo mundo, desde Maiden até Yes, até Queensrÿche e Megadeth e nós fizemos tanta coisa que eu me sinto incrivelmente realizado... Quero dizer, é claro que, criativamente, você quer sempre continuar, você quer sempre continuar se desenvolvendo, crescendo e progredindo, então sempre existe espaço para isso e... comercialmente, sabe, seria legal vender mais discos conforme o tempo passa. Nós estamos fazendo isso há tanto tempo... eu não sei como é a cena aqui na Austrália, se ainda somos underground ou mainstream. Eu não sei qual é a nossa popularidade aqui, mas...

Salty - Está ficando bem melhor do que era.

Pete - Vocês são algo entre dois, um pouco de cada.

MP - Uhum... Então, sim, quero dizer, ainda existe espaço pra banda crescer em muitos mercados. Eu suponho que aqui com certeza seja um deles. Aí está! Esse é nosso sonho, tocar na Austrália! Nós ainda temos isso faltando em nossa agenda!

Salty - Houve muitas vezes em que, não tanto os últimos dois discos, mas acho que Six Degrees e Train of Thought, existia um grande intervalo entre quando eles eram lançados e quando a Warner Australia os colocava nas prateleiras aqui, e parecia que, quando nós conversávamos com os promotores, porque nós conversamos muito com Michael Chugg sobre trazer vocês, e dizendo ‘por que vocês não, por que vocês não?’ e parecia que era porque as vendas dos discos não eram tão boas aqui.

MP - Sim, mas sabe de uma coisa, vendas de discos... nós não somos uma banda que vocês podem julgar pelas vendas, nossos shows esgotam em todos os lugares que vamos, não importa... nós tivemos um problema similar na América do Sul: durante muitos e muitos anos nós estávamos tentando voltar lá e os promotores olhavam apenas os números no papel, e você sabe, no Brasil é tudo um mercado negro ou seja o que for, então num pedaço de papel pode mostrar que nós vendemos 2000 cópias ou que seja, mas daí nós fomos lá e tocamos para 10000 pessoas por noite, 20000 pessoas em Santiago e os promotores ficaram estarrecidos, sabe, eles não compreendem que nossa fan base não é baseada em números ou em pesquisas, quero dizer, nossos fãs gostam da nossa carreira e da nossa música e nós não somos representados por um hit ou um, sabe... é difícil convencer esses promotores que gastam suas vidas se arriscando com bandas e, provavelmente, na maior parte das vezes, perdendo dinheiro, sabe, é difícil convencê-los até que eles vejam com os próprios olhos. E tomara que eu e o John virmos pra cá com o G3 dê a eles uma pequena demonstração da nossa popularidade. Eu vou supor, e por enquanto é só uma suposição, mas em qualquer outro lugar no mundo que nós vamos, nós encontramos esses fãs ótimos, devotados, nos apoiando, então eu suponho que a Austrália também tenha esses fãs.

Salty - Sim, nós temos. Nós... nós nos deparamos com muitas pessoas que, um disco sai e todo mundo que conhecemos e que é fã compra na pré-venda da Alemanha ou outro lugar...

MP - Certo.

Salty - ...daí o disco é lançado aqui e, em poucas semanas, entra em promoção porque todo mundo já tinha comprado, ninguém quer comprar o lançamento local porque eles podem ter o importado.

MP - É por isso, é por isso que o Japão sempre tem faixas bônus em seus lançamentos, porque eles tentam evitar isso, eles tentam fazer com que as pessoas comprem seus discos ali.

Pete - Seus dois últimos DVD's venderam muito bem aqui.

MP - Que bom!

Salty - Sim, o Score saiu e, pra mim, foi bem difícil encontrar. Assim que foi lançado, eu não conseguia achar em lugar algum, estava esgotado.

MP - Bem, nós estamos para embarcar em um novo contrato com uma gravadora nova, então todo esse apoio que faltava da gravadora até agora, você sabe, durante toda a nossa carreira, nós estivemos com a mesma gravadora, então... esperamos que isso melhore no nosso próximo álbum.

Salty - Maravilha. Eu trouxe isso para você. Isso é... Uma lembrança do OzProg, nosso site.

MP - Maravilha.

Salty - E eu fiz um, tem um para você e um pro John, isso é uma amostra de algumas bandas autralianas de prog.

MP - Ah, ótimo!

Salty - Tem cerca de 7 bandas aqui, todas locais, muitas são de Brisbane, porque eu moro lá, mas há algumas de Melbourne...

MP - Sim, eu não estou muito familiarizado com bandas australianas, então vai ser legal, obrigado.

Salty - Imagina! Bom, acho que é só...

MP - Legal. Então eu vou jantar... me preparar pro show.
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