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Bateristas e Percussionistas Espaço para falarem sobre os vossos bateristas e percussionistas preferidos |
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Sex, 16 de Março de 2007 | #1 |
Membro desde: 10-Jan-2007
Local: Lisboa
Mensagens: 37
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Tony Williams: 10 anos depois da tragédia
Bem pessoal:
Faz este ano 10 anos sobre a data em que o mundo da música ficou de luto. O tony williams acabava de morrer, apenas com 51 anos, após não ter resistido a um ataque cardíaco. Grande parte dos fills extraordinários que hoje ouvimos os grandes nomes do jazz mundial fazer, o vinnie, etc, tiveram origem no estilo único deste senhor! Tony Williams nasceu em Chicago e cresceu em Boston. Seu pai, saxofonista amador, incentivou-o a estudar bateria e o levava aos clubes para dar oportunidade ao jovem Tony para se familiarizar com o meio jazzístico. Estudou com Alan Dawson e aos quinze anos já tocava em jam sessions, chamando a atenção dos músicos mais experientes. Tocou em 1959 e 1960 com Sam Rivers e, ao se mudar para Nova Iorque em dezembro de 1962, passou a tocar com Jackie McLean. Miles Davis, sempre atento a potenciais grandes talentos, chamou-o em 1963 para integrar seu quinteto. Juntamente com Herbie Hancock e Ron Carter, o adolescente Tony (então com 17 anos) formou dentro do quinteto uma seção rítmica fenomenal, que iria marcar uma época e a história da música do século XX. Tony ficaria com Miles até o disco In a Silent Way, de 1969, imediatamente antes do histórico álbum Bitches Brew. (Em 1964, também havia participado de um disco clássico de Eric Dolphy, Out to Lunch.) Em 1969, Tony formou o grupo Lifetime, que se tornaria em objecto de culto sendo considerado como um dos mais influentes grupos do recém-criado jazz-rock. Da primeira formação faziam parte o guitarrista John McLaughlin e o organista Larry Young, aos quais logo se juntaria o contrabaixista Jack Bruce. O grupo teria outras formações (inclusive contando com a presença de Ron Carter), mas os críticos geralmente consideram que a consistência musical do grupo caiu com o passar dos anos. Enquanto isso, Williams fez algumas gravações como líder de outros grupos. Também tocou no grupo V.S.O.P. de Herbie Hancock em 1976-77 e na reunião feita em 1992 em homenagem a Miles Davis. O estilo de tocar de Tony é bastante pessoal. É difícil encontrar-lhe precursores; poderíamos citar talvez Elvin Jones, o baterista do quarteto de John Coltrane. No entanto Tony trouxe para o drumming jazzístico uma “liberdade controlada” até então inédita. O seu toque é inquieto, nervoso, com o uso freqüente de quiálteras e riffs na caixa e nos tom-toms que à primeira vista parecem estar “fora do tempo”, mas na realidade estão, isso sim, a tornar mais complexa - e não menos precisa - a marcação do tempo. Tony também gosta bastante de usar os pratos para condução. Apesar disso, embora seja um drumming complexo, é importante notar que não é sobrecarregado, mas relativamente nítido e limpo, bem delineado. Williams abriu para o baterista moderno de jazz um novo horizonte, no qual se poderia tocar com liberdade e ainda assim manter um pulso básico perceptível. Na verdade, a melhor maneira de caracterizar a maneira de tocar de Tony é dizer que ela não corresponde a uma marcação do tempo (andamento), mas sim a um sublinhar do tempo, a uma colocação em perspectiva do tempo. Por exemplo, a acentuação não é aquela padronizada, que funciona como um simples semáforo para os outros músicos; ao contrário, é uma marcação que coloca “riscos” (num sentido criativo) para os outros executantes, mas ainda assim é perfeitamente válida para aqueles que sabem se aproveitar dela. Williams não é um baterista free nem anárquico. Ele não representa um rompimento completo com a tradição percussiva, mas sim uma radicalização dela, levando-a até os limites. O baterista actual com o qual Williams teria mais afinidade é Jack DeJohnette. Williams não executava, por exemplo, um “power drumming” como aquele praticado pelo outro grande baterista da fusion, Billy Cobham. Tony Williams nos deixou prematuramente, aos 51 anos, de ataque cardíaco após uma cirurgia relativamente rotineira. Estava em plena forma e sua criatividade em nada havia decrescido. Como observam Richard Cook e Brian Morton, “A morte de Williams foi uma perda cruel para o jazz, e também um desperdício desnecessário. Seu legado é rico e complexo. O que é doloroso é perceber que ele estava justamente ingressando em uma nova fase, em um novo nível criativo”. Esse legado persiste nas gravações e na memória dos que o assistiram em antológicas apresentações ao vivo. Mais informações e vídeos em: http://www.drummerworld.com/drummers/Tony_Williams.html Podem encontrar a última entrevista de relevo que ele deu em: http://www.cs.cf.ac.uk/Dave/mclaughlin/art/final.html Aconselho todos os discos com o miles (o meu preferido é o nefertiti e o Duplo ao vivo em 66), o lifetime collection, a selecção fantástica da Mosaic records (Tony williams - mosaic select 24)... enfim, tudo é recomendável, tudo o que ele gravou é um frutuoso elemento de estudo!! Restam-nos os discos, resta-nos a história... resta-nos a memória!! Tony, thanks for all!!RIP Cumprimentos a todos, MRC |
Sex, 16 de Março de 2007 | #2 |
Aguarda confirmação de email
Membro desde: 25-Nov-2006
Local: Póvoa de Santa Iria
Mensagens: 233
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confesso k deste sr so conhecia o nome...m tou a ver k foi grande marco para nos tds...
...R.I.P.... |
Sex, 16 de Março de 2007 | #3 |
Membro desde: 4-Abr-2006
Local: V. N. Gaia
Mensagens: 138
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Esta contribuição é de louvar.
Parabéns Mário. |
Sex, 16 de Março de 2007 | #4 |
Membro desde: 3-Abr-2006
Local: Sintra
Mensagens: 427
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Muito obrigado por teres postado este "memorial".
Lembro-me perfeitamente do dia em que soube que o Tony tinha morrido. Fui tocar bateria e não fui capaz. Para todos, mas mesmo todos, gostem de Metal, de Punk, de Rock, de Jazz, etc, oiçam trabalhos do Tony Williams. Procurem na net, no Youtube. Descubram-no. É um dos bateristas mais importantes e capazes da história do instrumento. Além disso é responsável pela escrita de alguns já "standards" do Jazz, como Sister Cheryl. E principalmente para o pessoal que gosta mais do Rock pesado, julgo que vale a pena ouvi-lo. O Tony Williams dizia que a bateria era um instrumento para ser tocado com a força necessária. E podia ser muita, o que era necessário era a dinâmica certa para a música. Foi muitas vezes criticado por alguns críticos de Jazz que diziam que batia com muita força....e ele respondia "Drums are supposed to be loud!". Guardo a Modern Drummer de homenagem a Tony Williams com muito respeito. Mas estou a divagar. Vão ouvir e depois digam de vossa justiça. Abraço. VmsR |
Sex, 16 de Março de 2007 | #5 |
Membro desde: 1-Jun-2006
Local: Recarei Porto
Mensagens: 280
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É sem duvida um marco da bateria no jazz... Quem nunca viu e ouviu este grande senhor aconselho este dvd- One Night With Blue Note.
Para além dele, outros grandes músicos participam neste concerto. Muito provavelmente este é o concerto com o melhor alinhamento de músicos de sempre no jazz, não só pelos bateristas mas por todos os outros musicos que participam. Herbie Hancock e Stanley Jordan estão presentes, entre muitos outros. Aconselho vivamente paraa quem goste de jazz a comprá-lo. |
Sex, 16 de Março de 2007 | #6 |
Membro desde: 7-Abr-2006
Local: Massamá
Mensagens: 726
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Confesso que nao conheço este senhor muito bem, mas sempre gostei do que ouvi quando tou a ouvir John Coltrane ou Miles Davis.
Não tinha ouvido falar desse dvd sabes se entra, outro grande nome do jazz, o Dave Brubeck? |
Sex, 16 de Março de 2007 | #7 |
Membro desde: 10-Jan-2007
Local: Lisboa
Mensagens: 37
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Pois... esse DVD é mto bom!!Comprem...
Infelizmente, o Tony nunca tocou com o Coltrane... infelizmente... Cumprimentos a todos, MRC |
Sex, 16 de Março de 2007 | #8 |
Membro desde: 10-Abr-2006
Local: Lisboa
Mensagens: 1.005
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POis tambem nao o conhecia , támbem ando neste mundo a pouco tempo , mas de qualquer maneira . RIP
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